Minicurso - Uma faca de dois gumes: Saramago por entre o marxismo e a pós-modernidade.
Ministrado por Isabela Padilha Papke (Mestre em Letras pela Universidade Estadual de Maringá).

Ementa:

José Saramago é um autor português, vencedor do prêmio Nobel de 1998. Possui 37 obras publicadas e traduzidas em mais de trinta idiomas. Três delas, inclusive, foram adaptadas para o mundo cinematográfico: Ensaio sobre a Cegueira, com direção de Fernando Meirelles, exibido no Festival de Cannes em 2008; O Homem Duplicado, em 2013, renomeado Enemy, com direção de Dennis Villeneuve; por fim, O ano da morte de Ricardo Reis, em 2020, com direção de João Botelho. Saramago possui uma ampla crítica literária, sendo um dos autores contemporâneos de língua portuguesa mais estudados em âmbitos acadêmicos. Fora o único autor de língua portuguesa que Harold Bloom incluiu em sua coletânea Bloom’s modern critical views, da qual fazem parte, autores considerados pelo teórico os mais lidos e mais respeitados na história da literatura mundial. Por muito além daquilo que permite se adentrar no universo de suas obras, Saramago teve uma relação muito bem marcada enquanto a sua posição de ser escritor. Comunista declarado, ateu, politicamente engajado, sempre viu a literatura como um meio provocar reflexões acerca de seus pontos de vista. Temáticas como a crise identitária dos sujeitos e os danos do capitalismo para com os seres humanos e suas relações sociais, são frequentes em suas publicações realizadas no período tido como pós-nobélico de suas obras, bem como crítica religiosa e relações históricas de Portugal, seu país de origem. Mediante nossa posição, de evocar-se um prisma analítico de suas obras, e adotamos uma postura que se baseia em perspectivas de análises, que permitem estabelecer o vínculo entre Literatura, História e Sociedade, por meio de autores como Candido (2006) e Eagleton (1998). Pretendemos, por meio deste minicurso, tecer relações críticas entre a perspectiva política e social de Saramago enquanto indivíduo para com a fortuna crítica de sua obra, na tentativa de compreender o como um escritor, assumidamente marxista, rompeu com paradigmas, ao realizar por meio de sua obra, considerada por muitos pós-moderna, uma crítica para com as relações de seu país Portugal, com a pós-modernidade, nos apoiando nas análises e perspectivas do contexto português, realizadas nas obras do teórico Boaventura de Sousa e Santos.


Breve esquema dos encontros:
1° Encontro: Estudo da bibliografia, obra e fortuna crítica de José Saramago
2° Encontro: Breve panorama das relações históricas, políticas, socias e econômicas de Portugal para como o contexto pós-moderno à luz das teorias de Boaventura de Sousa e Santos.
3º Encontro: A obra de Saramago enquanto crítica à pós-modernidade.

@GEHISLIT